domingo, 10 de agosto de 2014

Paternidade




Ultimamente, tenho percebido uma onda muito positiva em relação aos assuntos que envolvem a paternidade. Muitos pais lançaram blogs com dicas e histórias geniais sobre suas experiências com os filhos. Leio várias coisas com as quais concordo e outras tantas que acho estranhas, mas, de uma forma geral eu fico muito feliz em ver que tem muitos homens por aí compreendendo que pai não é só aquele cara legal que fica ali do lado para “ajudar”.

Amo os homens que vivem cada minutinho da paternidade, desde a gravidez até aquele momento, anos depois, em que ele vai abrir os braços para um filho adulto em conflito, mas que ainda cabe no seu colo. Amo os homens que estudam as formas de parir, defendem parto normal porque sabem de todos os benefícios que ele agrega na vida da mãe e do bebê, que leem e estudam sobre nutrição, educação, higiene, saúde, porque se preocupam em como cuidar de seus filhos. Amo os homens que acordam de noite para pegar o menino chorando no berço, não apenas porque sabem que a mãe está esgotada, mas porque compreendem que isso deve ser feito mesmo e ponto final. Amo os homens que veem o filho chateado e sentam do lado dele para saber o que aconteceu e dar todo o seu apoio, seu colo, seus conselhos. Amo aquele pai que faz coreografia nos 15 anos da filha sem medo de ser feliz e acaba se tornando o pai mais legal da turma. E que depois faz outra coreografia no casamento e continua sendo muito legal! Amo os pais que administram os conflitos, que tomam as rédeas das situações, que formam um time imbatível junto com a mãe, e não apenas sentam no sofá e dizem: “resolva lá, na moral...”.

Essa história do “papel do pai” me deixa chateada, porque, na minha opinião, não existem papéis. É tudo uma coisa só. A única diferença é biológica. É a mãe que dá à luz... é a mãe que amamenta. Obviamente que o bebê e a mãe têm laços mais estreitos no começo, por conta do peito, do cheiro, da presença mais constante da mãe, pois, afinal, eles eram um só corpo uns dias atrás. Mas, fora essas questões da mãe natureza, o pai e a mãe têm responsabilidades iguais sobre o rebento.

Quando leio ou escuto alguma mulher dizendo: “Meu marido é ótimo! Ele me ajuda muito com o Joãozinho!” me dá um leve faniquito. Pai não é um secretário. Pai é pai, poxa. Ele não ajuda a mãe... ele respira, come, dorme e lambe a cria, ele se derrete com as risadas, ele chora com as cólicas, ele tira satisfações com o pai do coleguinha que bateu no seu menino, ele escuta e guarda segredos, ele morre de medo quando o menino tem febre e sai correndo para levá-lo ao médico, ele faz o almoço, ele ajuda na lição, ele dá banho, ele faz questão de conhecer os amigos do filho e seus pais, ele participa dos eventos, ele se preocupa de verdade com os sentimentos do filho... e ele divide com a mãe os afazeres domésticos, as dores e os prazeres desta experiência linda que é ter uma família.

Eu não me lembro das fraldas trocadas. Mas eu me lembro de quando meu pai me ensinou a andar de bicicleta, de quando ele me levou e me buscou MIL vezes nas festinhas de adolescente, mesmo às 2 horas da manhã, de quando ele me viu sofrendo de amor e chorou, chorou mesmo, junto comigo, de quando ele me deu umas boas broncas construtivas que me ajudaram demais a moldar o meu caráter, de quando ele chegou em casa feliz da vida contando para minha mãe que eu tirei notas boas na escola nova, de quando ele dançou valsa comigo em minha formatura, de quando ele desabafou comigo em momentos de conflito e ouviu atentamente as minhas opiniões, e de quando ele me olhou e disse “eu te entendo e estou do seu lado”. Meu pai sempre foi um paizão! Ele não cumpriu um papel... ele viveu e sentiu, no corpo e na alma, o ser pai. E, junto com minha mãe, eles formaram um time incrível!

Obrigada, pai, por cada sacrifício feito por mim, e por toda a felicidade que você me dá. Obrigada, mãe, por ter escolhido esse pai para mim (que, além de paizão, é um maridão e um gato! mandou bem, mãe!). Eu gostaria que todo mundo no mundo pudesse ter um pai como o meu, para ser mais feliz, para ser amparado, cuidado, acarinhado, educado, compreendido, embalado...
... para ser mais amor!

Feliz dia dos pais!

Um comentário:

  1. Obrigado meu amor. Que bom se todos os pais tivessem filhas tão maravilhosas como eu tenho. Amo muito.

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