Amanda é uma mulher bonita,
festeira, alegre. Ela tem dois filhos lindos. O mais novo ainda mama no peito.
Um dia, Amanda estava voltando
para casa de carro com o seu marido, quando viu, sentada no chão, uma mulher
nitidamente drogada, com um bebê muito magro nos braços. Ela ficou perturbada.
Seu coração de mãe gritou no peito e ela pediu ao marido que parasse o carro.
Foi andando até a mulher, tirou 10 reais da carteira e entregou para ela,
dizendo:
– Tome, compre leite para o
seu filho. Ele está visivelmente com fome.
Sem esboçar nenhum
sentimento, a mulher pegou o dinheiro e agradeceu.
Amanda voltou para o carro e
partiu. Mas seu coração de mãe também se partiu em mil pedaços. O grito acabou escapando do peito:
– Para!!! Para o carro!!!
Pelo amor de Deus, volte! Eu preciso voltar lá! Eu preciso pegar aquele
menino!!!
O marido disse que não, que
ela estava louca, que ele não voltaria. Amanda insistiu, berrou, esperneou,
disse que, se ele não voltasse, ela sairia do carro e voltaria lá sozinha. A
insistência foi tanta, o desespero foi tão grande, que o marido não teve
escolha a não ser dar meia volta.
Pararam novamente na rua em
que a mulher estava. Amanda saiu do carro, andou a passos largos na direção
dela. Chegando lá, em um impulso feroz, tirou o bebê das mãos da mulher e começou
a gritar:
– Como você pode deixar o
seu filho nesse estado??? Como você pode vê-lo tão magro, tão faminto, e não
alimentá-lo???
A mulher, alterada pelas
drogas, esbravejou:
– Você quer esse troço para
você? Então leve!!! Leve!!! Isso aí só me atrapalha!!! É um peso na minha
vida!!!
Um grupo de pessoas começou
a se aglomerar a sua volta. Amanda olhou para o bebê. Ele era tão frágil, tão
magro, que era possível contar os ossos de suas costelas. O instinto materno (de
Amanda, não da mulher) falou mais alto do que qualquer coisa. Ela puxou a
camisa para o lado, colocou o seio para fora e começou a amamenta-lo. O bebê
sugou seu seio tão desesperadamente, com tanta vontade, com tanta fome, que
Amanda não se conteve e gritou novamente:
– Irresponsável!!! Como
pôde? Como pôde???
– Fique com ele então! Leve
esse negócio daqui!!! – vociferava a mulher.
– Vou levá-lo mesmo!!!
Amanda deu as costas para a
mulher e voltou para o carro com o bebê grudado em seu peito.
A partir dali, começou uma
saga que levaria Amanda a passar pelo juizado de menores, por alguns advogados,
até chegar ao tribunal. No dia da audiência, na frente do juiz, na presença da
mãe biológica do bebê e de todos os demais, Amanda mais uma vez colocou o menino para mamar em seu peito enquanto dizia:
– Senhor juiz. A mãe verdadeira deste menino sou eu! Ele é MEU
filho! Sou eu quem o alimento! Eu dou a ele carinho, colo, afeto e tudo o que
ele precisa! Eu amo essa criança!
A mãe biológica não fez
sequer um pequeno esforço para ficar com o bebê. Confirmou com sua
indiferença tudo o que Amanda dizia.
O juiz não precisou pensar
duas vezes. Concedeu a guarda da criança a Amanda e deu o caso por encerrado.
Hoje, Pedrinho tem 3 anos, uma
casa, uma mãe, um pai, dois irmãos, uma família que o ama mais que tudo,
muitos brinquedos e uma energia de cansar qualquer um. Ele é forte, feliz e
muito, muito amado! Seus pais se separaram, mas continuam lhe dando todo o amor
do mundo e tudo o que uma criança precisa para crescer feliz e saudável.
Ouvi hoje essa história e
fiquei tão emocionada, que não pude deixar de contá-la. Os nomes são fictícios
e há pequenos floreios meus, mas os acontecimentos são reais. Vi as fotos do
Pedrinho, da Amanda, dos irmãos, de toda a família. Eram tantos sorrisos!
Amanda ganhou a minha eterna admiração. Estou certa de que, desde aquela
primeira mamada, na rua, no dia em que Amanda encontrou Pedrinho, ela o resgatou da
miséria e até mesmo da morte. Sou extremamente a favor da adoção, e espero que,
assim como Amanda, muitas mães abram seus corações e deixem brotar neles o
sorriso de crianças que estão aguardando para também serem resgatadas.
Compartilhem essa história
para inspirar as pessoas e, quem sabe assim, teremos mais Amandas no mundo,
distribuindo e sendo cada vez mais e mais e mais amor.