segunda-feira, 16 de março de 2015

Meu universo de mil versos



Será o universo em mim maior do que este cá fora?

Em meu universo, uno os versos alheios, vivo-os como se meus fossem. Sofro, rio, reflito, sinto calafrios, tenho insônias. No meu unir-versos confundo os meus com os demais, misturo, crio. Se amo, então, oh céus.

Na minha empatia, fico tão mais humana visto que visto tantas fantasias. Só sei ser assim. Tem gente que não entende. Acha-me sentimentalóide, infantil, até. Minto se disser que não ligo. Não ligo. Estou em constante treinamento.

O que mais levarei da vida, senão o que sinto? Como aprender a ser humano, escolher qual deles quero ser? Como estender uma mão, oferecer palavras, se ambas estiverem vazias?

Como um professor, me alimento de sentimentos, para ensiná-los a quem precisar. Mas estou sempre mais a aprender do que a ensinar, que absorver é tão mais fácil que expressar.

Olho ao redor, vejo tanta gente eloquente, sinto-me um respingo d'água no Pacífico. Precisaria mudar? Encher-me de discursos profundos sobre tudo o que há? Prefiro ficar quietinha.  Estou em constante treinamento.

Tenho um emaranhado de outros em mim. Eu sinto por eles, sinto muito. Porque vejo-me neles e sei que ali bem poderia estar. Se há reciprocidade, não sei. Eu só sei que só sei ser assim. 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Presente ano novo




Terminou 2014.

Foi tanta mistura de tudo. Era alegria vazando, amizade forte, abraço apertado, beijo estalado. O amor esteve tão presente.

Começou um novo ano.

Um frio na espinha. Tantas expectativas e um medo repentino. Não queria sentir medo. Medo trava. Tudo pode mudar. De uma vez, em cada seara, um pingo de novidade brotou. Pode ser bom? Será ruim? Quem sabe?

Não sei o que me reservaram neste 2015. Ainda me olham com cara de espanto quando lhes digo minha idade. Eu cresço por dentro. Mas por fora, tem gente me achando ainda muito menina.

E trago ao lado gente de tantas histórias. São tantos mundos no meu e eu em todos eles.

Comecei o ano sorrindo, mas já chorei também. De tristeza. É que sentimento a gente não consegue controlar todos os dias. Tem coisa que transborda. Chorar faz tanto bem. Há tempos eu não chorava assim. Alivia.

Serei, certamente, positiva no novo ano. Que energia é coisa que você joga e volta. Não quero nada pesado, nada velho, nada infeliz. Serei a menina que enxergam quando me veem.

Vou ser mais firme em minhas orações. Quando se deseja forte, o universo entende. As coisas vêm.
No raio de minha fé manterei quem está na mesma sintonia. Os demais se afastam, pois meu escudo dá recados silenciosos, e eles entendem.

Vou prestigiar os santos. Também os orixás. Não sei quem é quem. Aqui é tudo uma coisa só. Mas sei que na Bahia eles escutam melhor. O eco do mar fala mais alto que nos outros lugares.

Vou dançar, que dançar me alegra. Vou comer, que comer me dá uma felicidade imensa. Vou amar sem nenhuma restrição, que pro amor não tem de haver barreiras.

Quero sentir a vida acontecendo, pois pensar demais do que ainda não existe é perda de tempo. O grande lance é ser feliz agora, que essa é a hora.

Não quero ser julgada, subjugada, nada de repressão moral. Me deixa. Sou dona de mim, daquilo que conquisto e daquilo que me dão. Se o problema é meu, eu resolvo. Me ajude se puder e, se não puder, se afaste em silêncio.

Quero uma chuva de sementes boas, sem saber qual flor nascerá de cada uma, porque o gostoso é ter surpresa na vida. E não vou colher, pois flor que se colhe logo morre. Vou deixá-las crescer, regá-las, admirá-las e usar suas cores para fazer pinturas abstratas de amor em mim.

Pode vir, 2015.