segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ami, o menino das estrelas



Quando eu tinha 11 anos, minha mãe trouxe para casa um livro, emprestado de uma colega do trabalho, chamado "Ami, o menino das estrelas" (obrigada, mãe!). Eu lembro que li e fiquei maravilhada. Na minha cabecinha de criança, aconteceu algum "clic" que me fez refletir sobre muitas coisas. Nunca esqueci deste livro. Resolvi procurá-lo na internet para ver se conseguia comprá-lo. Para minha alegria, achei o livro inteiro em PDF e reli neste fim de semana. Então me lembrei porque eu fiquei tão empolgada aos 11 anos. Ele nos ensina, em uma linguagem muito bonita, leve e fácil, que o grau máximo da evolução humana é o puro amor. Para compreendermos o amor, precisamos ter equilíbrio entre nossos dois cérebros: o da cabeça (que é o único que acreditamos ter) e outro, invisível, que fica no peito (e que é o principal). Nosso intelecto serve ao nosso amor e é deste que tudo nasce.

Daí vem a parte mais linda do livro, que me fez compreender a frase "Deus é amor" como eu jamais havia entendido. E não tem nada a ver com religião. Mas não vou contar tudo, para não perder a graça. Eu quero é que vocês leiam.

No fim, cheguei á conclusão de que, provavelmente, o meu subconsciente puxou essa leitura lá da caixinha de memórias da infância e foi daí que surgiu o nome deste blog. Fez muito sentido. Quem me dera poder ter um grau de evolução bem elevado e me aproximar do mais puro amor.

Vou deixar o link do livro aqui.

Eu adoraria que vocês lessem e viessem dividir comigo os seus sentimentos em relação à história.

Boa leitura!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Primavera em mim



Sinto cheiro de flores no ar!

Hoje, para dar as boas-vindas à tal primavera, São Pedro fez cair um aguaceiro daqueles, e o vento está fazendo barulho nas janelas e no telhado. Mas, mesmo com o céu cinza, há alguns dias ando vendo flores. Por que? Olha, não sei dizer exatamente. Mas é como se minha vida fosse um grande lego e, de repente, as peças estivessem se encaixando harmoniosamente. E daí, ando feliz.

Estive pensando sobre essa felicidade e só pude concluir que felicidade e equilíbrio têm tudo a ver. Quando um pedaço de sua vida está capenga, não dá para ser inteiramente feliz. Conheço gente que está nadando em dinheiro, mas com tantos problemas familiares que nem todas as viagens para a Europa são capazes de trazer a felicidade. Também sei de pessoas que estão bem casadas e em harmonia no amor, mas com grandes dificuldades financeiras. Nenhum deles está plenamente feliz. Mas devo dizer que o amor dá uma tremenda contribuição.

Fala sério. Quem não é feliz amando e sendo amado? Pode até faltar dinheiro por um tempo, mas com amor, as pessoas têm vontade de caminharem juntas e, na batalha da vida, acabam conseguindo se estabilizar em algum momento. E se você fica doente, tem remédio melhor que amor? Amor de mãe, de pai, de marido, de esposa, de filho, até do médico que te atende com carinho. A saúde volta rapidinho. E quando tem briga? Nada além do amor é capaz de convencer o perdão. Há de se ter muito amor para deixar o orgulho de lado e pedir ou aceitar desculpas.

Houve um tempo em que eu não trabalhava com amor. Eu me arrastava até o trabalho, eu era detestada e, por saber disso, também detestava todo mundo. Mas um dia, sei lá de onde, a raiva se foi e alguém plantou amor. Não sei se fui eu ou se foram os outros. Não importa. Alguém plantou, os demais regaram. O fato é que não apenas o prazer em trabalhar voltou, como também o bem querer se instalou em meu ambiente de trabalho. E os colegas viraram amigos dentro e fora da empresa. Trabalhar é bom.

Tem gente por aí que se entrega à doença, ao problema, ao fracasso. Isso é pura falta de amor... próprio. Quem se ama, não se permite sucumbir. A doença pode ser curada. A que não pode, remediada está. Sofrer só antecipa a morte. Com altas doses de amor próprio e dos familiares e amigos, é possível ter dias mais felizes, mesmo estando doente. Afinal, existem duas opções para enfrentar os problemas: sorrindo, ou chorando. Você escolhe.

É bem difícil ter equilíbrio. Nem tudo pode estar bom o tempo todo. Mas não é impossível. Se está faltando alguma coisa em sua vida para te fazer feliz, pare e pense: será que não falta colocar mais amor nessa questão? Será que não é preciso trabalhar com mais vontade, cuidar de seus filhos com mais determinação, fazer exercícios físicos, dialogar com seu(sua) companheiro(a), abrir mão de algumas coisas em prol de outras, deslocar o amor daqui pra lá, de lá pra cá? Alguma peça do lego pode estar faltando, mas ela pode estar logo ali na sala ao lado.

Escrever essas coisas é muito fácil quando as peças estão todas unidas. Até o mau humor matinal está dando um tempo. É bom aproveitar para inspirar os outros. Só sei que a primavera chegou em mim, tenho rosas brotando dos poros (pieguice grau master blaster). Há flores subindo o telhado e embaixo do meu travesseiro. Sou toda amor! Quem quiser, me acompanha...


... para ser mais amor, também!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Como eu seria?



“Cada escolha, uma renúncia, isso é a vida”, já diria o falecido Chorão. É um dos clichês mais verdadeiros que já ouvi. Cada vez que precisamos fazer uma escolha, obviamente precisamos abrir mão de alguma coisa. E, invariavelmente, nossas escolhas nos constroem. Vejo pessoas super orgulhosas dizendo: eu sou hoje fruto de minhas escolhas.

Mas, peraí. Eu não sei se tenho tanto orgulho assim de quem eu sou hoje. Será que as minhas escolhas fizeram de mim uma pessoa realmente legal, ou apenas comum? Será que as coisas que deixei para trás não me fariam ser uma outra pessoa, talvez mais bacana do que eu sou hoje? Será que eu sou bacana? Posso ser chata pra caramba e achar que sou legal. Vai saber.

A questão é que eu me arrependo de muitas coisas que eu fiz e de muitas outras que eu deixei de fazer. Me arrependo muito mesmo. E sempre que digo isso a algum amigo, ouço: “Mas não adianta nada você se arrepender, porque você não pode voltar atrás, então valorize o que você é e tem agora”.

Eu não sofro por causa dos arrependimentos. Não me martirizo pelas coisas do passado. Pode ser que às vezes você me flagre com o pensamento bem longe, fazendo caretas estranhas, ora de raiva, ora de pena. Na verdade, estou dando respostas que eu gostaria de ter dado no passado, mas que só consegui formular coerentemente agora. Estou brigando com algumas pessoas que mereciam ter levado uns gritos. Estou pedindo perdão a pessoas para quem fiz algum mal. Estou me impondo em situações em que me senti diminuída ou injustiçada. Estou apenas consertando em minha cabeça algumas coisas que eu acho que ficaram erradas lá atrás. Mas em momento algum vou me martirizar. O que passou, passou. Se não posso voltar, tento me contentar com os esquetes que monto na imaginação.

Certamente tive experiências valiosas. Até as dolorosas (e principalmente estas) me fizeram crescer. Mas será que era mesmo necessário ter passado por elas? Eu não poderia ser hoje um adulto feliz sem ter passado por certos dramalhões? Ou... será que, para ser mais adulta hoje, para eu me sentir completa e realizada, eu não deveria ter passado por alguns sofrimentos dos quais fui poupada?

Estes questionamentos são constantes em mim. Não consigo evitá-los. Já aprendi a conviver com os meus arrependimentos. O problema é que, agora, tenho a impressão de que estou sempre vivendo para o futuro, e isso tem me preocupado bastante. Estou trabalhando para o futuro, guardando dinheiro para o futuro, esperando concluir certas coisas para só no futuro começar as que eu realmente desejo, porque parece que é necessário organizar tudo agora para só viver plenamente amanhã. E o que isso me causará no futuro? Aposto um real de big big como a resposta certa é: mais arrependimentos.

Eu valorizo o que eu sou e tenho. Mas não consigo parar de imaginar a outra "eu" que poderia existir hoje. Seria casada? Teria filhos? Ou estaria solteira fazendo um mochilão pela Europa? Já teria viajado pelo mundo? Saberia cozinhar? Qual seria minha profissão? Seria rica? Seria pobre? Saberia dançar, pintar, tocar violino? Também penso que deveria fazer escolhas mais ousadas no presente para ser mais feliz agora. Tenho um desejo surreal de sair de mim, sair de meu mundo, ir para uma existência paralela onde eu possa rebobinar ou adiantar a minha vida e ver como eu seria se tivesse tomado outras decisões e como serei com as escolhas que eu fizer agora.

De qualquer maneira, a forma como venho conduzindo os erros e acertos parece uma receita correta de bolo. Nada fantástico, mas nada tão ruim que seja intragável. Só espero conseguir dosar corretamente as pitadas de açúcar, porque o fubá nosso de cada dia pode até sustentar. Mas sem recheio e cobertura, não tem a menor graça.