Será o universo em mim maior do que este cá fora?
Em meu universo, uno os versos alheios, vivo-os como se meus
fossem. Sofro, rio, reflito, sinto calafrios, tenho insônias. No meu unir-versos
confundo os meus com os demais, misturo, crio. Se amo, então, oh céus.
Na minha empatia, fico tão mais humana visto que visto
tantas fantasias. Só sei ser assim. Tem gente que não entende. Acha-me
sentimentalóide, infantil, até. Minto se disser que não ligo. Não ligo. Estou
em constante treinamento.
O que mais levarei da vida, senão o que sinto? Como aprender
a ser humano, escolher qual deles quero ser? Como estender uma mão, oferecer
palavras, se ambas estiverem vazias?
Como um professor, me alimento de sentimentos, para
ensiná-los a quem precisar. Mas estou sempre mais a aprender do que a ensinar,
que absorver é tão mais fácil que expressar.
Olho ao redor, vejo tanta gente eloquente, sinto-me um
respingo d'água no Pacífico. Precisaria mudar? Encher-me de discursos profundos
sobre tudo o que há? Prefiro ficar quietinha. Estou em constante treinamento.
Tenho um emaranhado de outros em mim. Eu sinto por eles,
sinto muito. Porque vejo-me neles e sei que ali bem poderia estar. Se há
reciprocidade, não sei. Eu só sei que só sei ser assim.
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